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Declaração de Receitas (DERE): Nova Obrigação da Reforma 2026

3 out 2025 5 minutos de leitura

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A Reforma Tributária que entra em vigor a partir de 2026 representa uma das maiores transformações no sistema fiscal brasileiro das últimas décadas. Para contadores, advogados e empresários, trata-se de um marco que promete simplificar tributos, mas que ao mesmo tempo exige adaptação rápida e atenção redobrada.

Neste artigo, você vai entender as principais mudanças trazidas pela criação da CBS, do IBS e da nova obrigação acessória DERE, além de descobrir quais oportunidades e riscos surgem para os escritórios contábeis.

O que muda com CBS e IBS

A principal alteração da Reforma Tributária é a substituição de cinco tributos — PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS — por apenas dois:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal;
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência compartilhada entre estados e municípios.

Embora a unificação prometa simplificação, a transição não será imediata. Até 2033, empresas e escritórios contábeis precisarão conviver com dois sistemas tributários ao mesmo tempo. Isso significa que será necessário revisar planejamentos, adaptar softwares e reorganizar processos internos para garantir conformidade.

Além disso, contratos vigentes também precisarão ser revisados, já que cláusulas relacionadas a preço, repasse de custos e responsabilidades tributárias sofrerão impacto direto com as mudanças.

A novidade da DERE

Um dos pontos mais relevantes da Reforma é a criação da Declaração de Receitas (DERE), que funcionará como uma nova obrigação acessória para as empresas.

A DERE exigirá que os contribuintes informem, de forma detalhada e frequente, todas as suas receitas. Dessa forma, a apuração e o crédito do IBS e da CBS dependerão dessa declaração.

Na prática, isso representa um aumento da responsabilidade dos escritórios contábeis, que terão de implementar processos de conferência mais rígidos e reforçar o compliance. Erros simples de lançamento poderão se transformar rapidamente em passivos tributários, já que o sistema de fiscalização será cada vez mais digitalizado e automatizado.

Portanto, o papel do contador deixa de ser apenas operacional e passa a incluir uma função estratégica: a gestão de risco fiscal.

Os riscos jurídicos da transição

Do ponto de vista legal, a transição para o novo modelo tributário não se resume à troca de siglas. Além de aumentar a necessidade de compliance, a Reforma gera riscos de judicialização relacionados a créditos, compensações e regimes especiais.

Por essa razão, a parceria entre contadores e advogados será fundamental. Enquanto os contadores reorganizam processos e sistemas, os advogados deverão revisar contratos e cláusulas que podem gerar litígios. 

Importante: dessa maneira, a integração entre as áreas evita passivos invisíveis e assegura maior segurança para os clientes.

Oportunidades para os escritórios contábeis

Se os riscos são grandes, as oportunidades também não ficam atrás. A Reforma Tributária abre espaço para:

  • Criação de novos serviços consultivos relacionados ao CBS, IBS e DERE;
  • Maior valorização dos contadores que se especializarem no tema;
  • Fidelização de clientes que buscam orientação confiável em meio à transição;
  • Diferenciação de mercado para escritórios que integrarem soluções contábeis e jurídicas.

Em outras palavras, quem enxergar a Reforma como uma oportunidade de oferecer valor agregado sairá na frente.

Conclusão

A Reforma Tributária de 2026 vai muito além de uma mudança de alíquotas. Ela redefine a forma como empresas registram, calculam e declaram seus tributos. Por consequência, escritórios contábeis precisarão revisar contratos e adaptar sistemas; ainda mais, reforçar compliance e preparar suas equipes para um ambiente mais rigoroso e automatizado.

O contador que não se preparar poderá enfrentar sérios riscos durante a transição. No entanto, aquele que se antecipar se tornará indispensável para os clientes.

Agora é a hora de se atualizar e estruturar os processos internos para enfrentar os desafios da CBS, do IBS e da DERE. Afinal, o sucesso na era da Reforma Tributária dependerá da capacidade de adaptação e da visão estratégica de cada profissional.

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