O comércio eletrônico brasileiro segue em crescimento acelerado. Em 2023, o setor ultrapassou R$ 185 bilhões em faturamento, segundo dados da Neotrust. Contudo, esse avanço nem sempre se traduz em lucro real para os lojistas.
Na prática, muitos e-commerces operam com margens cada vez mais apertadas, impactadas por fatores como logística, comissões dos marketplaces e, principalmente, a complexidade da legislação tributária.
Diante desse cenário, surge uma oportunidade clara para os profissionais da contabilidade: deixar de atuar apenas como responsáveis pelas obrigações fiscais e assumir um papel estratégico na formação e proteção da margem de lucro dos negócios digitais.
Por que o e-commerce perde margem de lucro?
Antes de analisar tributos, é importante entender os pontos que estrangulam a rentabilidade do e-commerce. Muitos deles não fazem parte do radar contábil tradicional, mas possuem impacto direto na estrutura fiscal da empresa.
Entre os principais fatores que comprometem a margem, destacam-se:
- Precificação descolada da carga tributária real;
- Frete subsidiado sem análise do impacto fiscal;
- Alto custo de aquisição de clientes, especialmente no regime de Lucro Real;
- Comissões elevadas dos marketplaces;
- Tributação mal gerida em operações interestaduais ou com substituição tributária.
Esses elementos mostram que uma empresa com bom volume de vendas pode, ainda assim, operar no vermelho. Isso ocorre porque falhas em decisões fiscais, como classificações erradas de NCM ou escolha inadequada de regime tributário, minam a rentabilidade de forma silenciosa, mas contínua.
O papel do contador como estrategista da margem
Nesse contexto, o contador deixa de ser um mero executor e passa a atuar como consultor estratégico. Além de garantir a conformidade, ele deve contribuir ativamente com a tomada de decisões que impactam a margem de lucro.
A seguir, apresentamos sete frentes em que a atuação contábil agrega valor real ao e-commerce:
Revisão do regime tributário
Muitos lojistas permanecem no Simples Nacional por comodidade, mesmo quando isso significa pagar mais impostos. O contador precisa provocar reflexões, comparando os regimes (Simples, Lucro Presumido e Lucro Real) com base em dados concretos.
Em vários casos, a migração para o Lucro Real permite o aproveitamento de créditos de PIS e Cofins, especialmente quando há despesas operacionais elevadas.
Classificação fiscal como ferramenta de eficiência
A escolha correta do NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) pode reduzir significativamente a carga tributária. Por exemplo, há casos de produtos infantis que, ao migrarem de “brinquedo” para “utilidade doméstica”, passaram a pagar menos imposto.
Importante: uma rotina periódica de revisão de NCMs é necessária para garantir conformidade e eficiência fiscal.
Precificação tributária por estado
Tributar corretamente exige considerar as diferenças estaduais de ICMS. Muitos e-commerces precificam seus produtos com base em margens médias, desconsiderando variações regionais que afetam diretamente o resultado.
Assim, automatizar esses cálculos ou implantar ferramentas de precificação tributária regionalizada é uma vantagem competitiva importante.
Aproveitamento de créditos no Lucro Real
Frete, embalagem, software e até marketing digital podem gerar créditos de PIS/Cofins, desde que haja rastreabilidade contábil. Ao mapear essas oportunidades com precisão, o contador ajuda a reduzir a carga efetiva, sem que o negócio precise aumentar seu faturamento.
Planejamento logístico com foco fiscal
A escolha da localização dos centros de distribuição não deve ser apenas operacional, mas também tributária. Estados como Goiás e Espírito Santo oferecem incentivos fiscais relevantes. Portanto, a contabilidade deve participar dessas decisões desde o início do planejamento logístico.
Gestão tributária por canal de venda
Marketplaces possuem comissões e retenções diferentes, incluindo ISS e IRRF. O contador deve propor um controle segregado por canal, permitindo análise detalhada da margem por plataforma.
Fique atento: isso ajuda o gestor a tomar decisões mais acertadas sobre mix de canais e alocação de investimentos.
Atualização contínua do planejamento tributário
A legislação muda constantemente. Os NCMs sofrem alterações e as regras dos marketplaces evoluem. Por isso, o planejamento tributário não pode ser uma ação pontual, ele deve ser uma rotina viva, com o contador atuando de forma proativa e estratégica.
Geração de valor
Em um ambiente digital cada vez mais competitivo, o contador que domina os bastidores fiscais e compreende a dinâmica do varejo online tem um papel-chave: proteger a lucratividade e ajudar o negócio a crescer de forma sustentável.
Em outras palavras, é hora de deixar de ser apenas um registrador de resultados passados e passar a ser um construtor de margens futuras.
A Webmania oferece soluções automatizadas de emissão de notas fiscais e integração contábil, permitindo que contadores e lojistas ganhem tempo, reduzam erros e aumentem sua eficiência fiscal. Com tecnologia robusta, é possível otimizar desde a precificação por estado até a geração de relatórios fiscais por canal de venda.
Se você atua no e-commerce ou atende clientes do setor, conte com a Webmania para automatizar processos fiscais e garantir mais controle sobre as margens do negócio!
